Conheça abaixo algumas das visões alternativas
ao aquecimento global
Richard
Lindzen tem ampla
produção científica em periódicos de impacto e participação no relatório da ONU
sobre as mudanças climáticas. Ele não descarta que o mundo esteja aquecendo,
nem que esse aquecimento é provocado pelo homem, mas tem uma opinião diferente
sobre o que pode ser feito para salvar o planeta. Ele é contrário à criação de
impostos 'verdes', que visam à redução das emissões, ou de outros artifícios.
Na verdade, o físico, que ocupa a cátedra Alfred P. Sloan no respeitado
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados
Unidos, pensa que não será preciso fazer nada. O planeta se equilibrará
sozinho, sem prejudicar a vida de ninguém: plantas, animais ou seres humanos.
Lindzen entende que o aumento de temperatura nos trópicos
resultaria na redução da formação de nuvens. Sem nada no caminho para conter o
calor da superfície, mais radiação escaparia ao espaço, e a temperatura seria
compensada. Como a íris do olho, que aumenta ou diminui de tamanho dependendo
da quantidade de luz, o clima da Terra se adaptaria naturalmente à quantidade
de calor e gás carbônico na atmosfera, mantendo o mesmo equilíbrio que se
observa hoje.
A hipótese de Lidzen incomoda porque as nuvens são uma espécie
de calcanhar de Aquiles dos cientistas que defendem a hipótese do aquecimento
global causado pelo homem. Ninguém consegue ainda prever como e onde elas se
formarão em um futuro muito distante. Por consequência, ninguém sabe dizer com
certeza qual é o papel delas no aquecimento do globo nas próximas décadas.
Para o dinamarquês Henrik Svensmark, o aquecimento da Terra pode ser explicado pela
cosmoclimatologia, uma teoria que ele próprio desenvolveu pela primeira vez na
forma de um artigo publicado em 2007 no periódico Astronomy
& Geophysics. Svensmark é o diretor de pesquisas solares do
centro de pesquisas espaciais da Dinamarca.
O físico acredita que o aumento de temperatura da Terra está
intimamente ligado com a atividade do Sol e com os raios cósmicos, feixes de
energia que surgem da explosão de estrelas distantes. Se Svensmark estiver
certo, o gás carbônico deixaria de ser o protagonista do aquecimento global e
se tornaria mero coadjuvante.
Svensmark é outro cientista que tenta
acertar o 'calcanhar de aquiles' dos cientistas que defendem o aquecimento
global causado pelo homem e suas emissões: a formação de nuvens. Em 2007,
o físico publicou o livro The Chilling Stars: A New Theory of Climate Change.
Nele, usa a cosmoclimatologia para explicar como os raios cósmicos exercem mais
influência no clima do que o gás carbônico emitido pelo homem.
O cientista argumenta que, durante os últimos 100 anos, os raios
cósmicos estão mais escassos porque uma vigorosa e incomum atividade solar
impediu que muitos deles atingissem a Terra. De acordo com Svensmark, menos
raios cósmicos significa menos nuvens... e um mundo mais aquecido.
Freeman
Dyson é talvez o mais
moderado dos cientistas que criticam o aquecimento global causado por fontes humanas.
O pesquisador anglo-americano é matemático e físico teórico. Ficou famoso por
trabalhos em física quântica, astronomia e engenharia nuclear. Dyson não tenta
dar explicações alternativas ao aquecimento global. Ele concorda com tese
defendida pela maioria, a de que o aquecimento global está sendo causado pela
queima de combustíveis fósseis.
As críticas de Dyson ao movimento científico em torno do
aquecimento global são de ordem metodológica. Para ele, os atuais modelos que
simulam o clima não levam em consideração fatores importantíssimos, o que
minaria sua credibilidade. De acordo com o físico, as projeções traçadas por
esses modelos contêm muitos erros e ainda não podem ser considerados
confiáveis. Por causa disso, elas não poderiam prever, com segurança, o
comportamento do clima no futuro.
Dyson admite que os modelos atuais sejam bons para descrever o
movimento da atmosfera e dos oceanos. Contudo, são péssimos para lidar com as
nuvens, a poeira, a química e a biologia dos campos, fazendas e florestas.
"De forma alguma descrevem o verdadeiro mundo em que vivemos."
O físico critica o ostracismo de cientistas que tentam encontrar
buracos na opinião 'mainstream' sobre o aquecimento global. Para Dyson, os
'hereges' são uma importante força motriz para o progresso científico. "O
mundo sempre precisou de hereges para desafiar as ortodoxias."
O professor Luiz Carlos Molion não acredita que a Terra está
esquentando, nem que o homem tenha qualquer papel na mecânica do clima. Molion
tem credenciais para tratar do tema. É físico formado pela USP, professor
associado da Universidade Federal do Alagoas, doutor pela Universidade de
Wisconsin, nos Estados Unidos, pós-doutor pela Universidade de Wallingford, na
Inglaterra, e é membro do grupo gestor da Comissão de Climatologia da
Organização Meteorológica Mundial.
O ceticismo de Molion passa pelos polos da Terra. Uma das formas
de entender como funcionava o clima do planeta há milhares de anos é analisando
a composição química de colunas de gelo retiradas dos polos. Isoladas do homem
e da rotina diária do restante do planeta, essas regiões são como bibliotecas
geológicas, acumulando dados valiosos sobre o que aconteceu com o clima há
milhares de anos. Quanto mais fundo se cava, mais ao passado se chega. Isso
porque o material presente na atmosfera da Terra foi acumulando lentamente com
o passar das eras.
Molion destaca que dados retirados de colunas de gelo da
Antártida mostram que nos últimos 400.000 anos a Terra teve uma temperatura
média de seis a dez graus mais quente do que agora. Se a temperatura era maior,
o gás carbônico — o vilão do aquecimento global, uma substância que em grandes
quantidades pode acelerar o efeito estufa — deveria então ser abundante na
atmosfera, provavelmente muito mais do que o observado hoje. Mas não foi isso
que as colunas mostraram. A concentração de gás carbônico era 30% menor que os
níveis atuais. Molion defende que o clima da Terra é governado pelos oceanos e
por fatores externos, como a emissão de raios gama e a atividade solar.
Molion nada contra a maré (não acredita, por exemplo, que a
camada de ozônio estava correndo o risco de ser destruída pelo
homem). Para o físico, o aquecimento global é um instrumento político para
frear o desenvolvimento dos países mais pobres. A Terra, diz, caminha para uma
era glacial. A tendência nos próximos 100.000 anos seria de resfriamento.
Por: Viviane Miguel
Profª: Historia do L.P
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