segunda-feira, 18 de junho de 2012


Conheça abaixo algumas das visões alternativas ao aquecimento global
Richard Lindzen tem ampla produção científica em periódicos de impacto e participação no relatório da ONU sobre as mudanças climáticas. Ele não descarta que o mundo esteja aquecendo, nem que esse aquecimento é provocado pelo homem, mas tem uma opinião diferente sobre o que pode ser feito para salvar o planeta. Ele é contrário à criação de impostos 'verdes', que visam à redução das emissões, ou de outros artifícios. Na verdade, o físico, que ocupa a cátedra Alfred P. Sloan no respeitado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, pensa que não será preciso fazer nada. O planeta se equilibrará sozinho, sem prejudicar a vida de ninguém: plantas, animais ou seres humanos.
Lindzen entende que o aumento de temperatura nos trópicos resultaria na redução da formação de nuvens. Sem nada no caminho para conter o calor da superfície, mais radiação escaparia ao espaço, e a temperatura seria compensada. Como a íris do olho, que aumenta ou diminui de tamanho dependendo da quantidade de luz, o clima da Terra se adaptaria naturalmente à quantidade de calor e gás carbônico na atmosfera, mantendo o mesmo equilíbrio que se observa hoje.
A hipótese de Lidzen incomoda porque as nuvens são uma espécie de calcanhar de Aquiles dos cientistas que defendem a hipótese do aquecimento global causado pelo homem. Ninguém consegue ainda prever como e onde elas se formarão em um futuro muito distante. Por consequência, ninguém sabe dizer com certeza qual é o papel delas no aquecimento do globo nas próximas décadas.

Para o dinamarquês Henrik Svensmark, o aquecimento da Terra pode ser explicado pela cosmoclimatologia, uma teoria que ele próprio desenvolveu pela primeira vez na forma de um artigo publicado em 2007 no periódico Astronomy & Geophysics. Svensmark é o diretor de pesquisas solares do centro de pesquisas espaciais da Dinamarca.
O físico acredita que o aumento de temperatura da Terra está intimamente ligado com a atividade do Sol e com os raios cósmicos, feixes de energia que surgem da explosão de estrelas distantes. Se Svensmark estiver certo, o gás carbônico deixaria de ser o protagonista do aquecimento global e se tornaria mero coadjuvante.
Svensmark é outro cientista que tenta acertar o 'calcanhar de aquiles' dos cientistas que defendem o aquecimento global causado pelo homem e suas emissões: a formação de nuvens.  Em 2007, o físico publicou o livro The Chilling Stars: A New Theory of Climate Change. Nele, usa a cosmoclimatologia para explicar como os raios cósmicos exercem mais influência no clima do que o gás carbônico emitido pelo homem.
O cientista argumenta que, durante os últimos 100 anos, os raios cósmicos estão mais escassos porque uma vigorosa e incomum atividade solar impediu que muitos deles atingissem a Terra. De acordo com Svensmark, menos raios cósmicos significa menos nuvens... e um mundo mais aquecido.
Freeman Dyson é talvez o mais moderado dos cientistas que criticam o aquecimento global causado por fontes humanas. O pesquisador anglo-americano é matemático e físico teórico. Ficou famoso por trabalhos em física quântica, astronomia e engenharia nuclear. Dyson não tenta dar explicações alternativas ao aquecimento global. Ele concorda com tese defendida pela maioria, a de que o aquecimento global está sendo causado pela queima de combustíveis fósseis.
As críticas de Dyson ao movimento científico em torno do aquecimento global são de ordem metodológica. Para ele, os atuais modelos que simulam o clima não levam em consideração fatores importantíssimos, o que minaria sua credibilidade. De acordo com o físico, as projeções traçadas por esses modelos contêm muitos erros e ainda não podem ser considerados confiáveis. Por causa disso, elas não poderiam prever, com segurança, o comportamento do clima no futuro.
Dyson admite que os modelos atuais sejam bons para descrever o movimento da atmosfera e dos oceanos. Contudo, são péssimos para lidar com as nuvens, a poeira, a química e a biologia dos campos, fazendas e florestas. "De forma alguma descrevem o verdadeiro mundo em que vivemos."
O físico critica o ostracismo de cientistas que tentam encontrar buracos na opinião 'mainstream' sobre o aquecimento global. Para Dyson, os 'hereges' são uma importante força motriz para o progresso científico. "O mundo sempre precisou de hereges para desafiar as ortodoxias."
O professor Luiz Carlos Molion não acredita que a Terra está esquentando, nem que o homem tenha qualquer papel na mecânica do clima. Molion tem credenciais para tratar do tema. É físico formado pela USP, professor associado da Universidade Federal do Alagoas, doutor pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, pós-doutor pela Universidade de Wallingford, na Inglaterra, e é membro do grupo gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial.
O ceticismo de Molion passa pelos polos da Terra. Uma das formas de entender como funcionava o clima do planeta há milhares de anos é analisando a composição química de colunas de gelo retiradas dos polos. Isoladas do homem e da rotina diária do restante do planeta, essas regiões são como bibliotecas geológicas, acumulando dados valiosos sobre o que aconteceu com o clima há milhares de anos. Quanto mais fundo se cava, mais ao passado se chega. Isso porque o material presente na atmosfera da Terra foi acumulando lentamente com o passar das eras.
Molion destaca que dados retirados de colunas de gelo da Antártida mostram que nos últimos 400.000 anos a Terra teve uma temperatura média de seis a dez graus mais quente do que agora. Se a temperatura era maior, o gás carbônico — o vilão do aquecimento global, uma substância que em grandes quantidades pode acelerar o efeito estufa — deveria então ser abundante na atmosfera, provavelmente muito mais do que o observado hoje. Mas não foi isso que as colunas mostraram. A concentração de gás carbônico era 30% menor que os níveis atuais. Molion defende que o clima da Terra é governado pelos oceanos e por fatores externos, como a emissão de raios gama e a atividade solar.
Molion nada contra a maré (não acredita, por exemplo, que a camada de ozônio estava correndo o risco de ser destruída pelo homem). Para o físico, o aquecimento global é um instrumento político para frear o desenvolvimento dos países mais pobres. A Terra, diz, caminha para uma era glacial. A tendência nos próximos 100.000 anos seria de resfriamento.



Por: Viviane Miguel
Profª: Historia do L.P

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