Tratado de Versalhes
A
vitória da Tríplice Entente nos conflitos da Primeira Guerra (1914 – 1918)
estipulou os acordos a serem assinados pelas nações derrotadas. A Alemanha,
considerada a principal culpada pelos conflitos, foi obrigada a aceitar as
imposições do Tratado de Versalhes, assinado em Paris, no mês junho de 1919. Em
linhas gerais, o Estado alemão perdeu parte de seus territórios, zonas de
exploração mineral e seus domínios coloniais. Além disso, as outras nações da
Tríplice Aliança foram alvos de punição.
A Alemanha foi obrigada a devolver a região da Alsácia-Lorena para as mãos dos
franceses. Os russos tiveram que reconhecer a independência da Polônia, que
ainda foi agraciada com o corredor polonês (limite territorial que dava ao país
uma saída para o mar). As colônias alemãs no continente africano foram
divididas entre Inglaterra, Bélgica e França. Os outros domínios na região do
Pacífico foram partilhados pelo Japão e Inglaterra.
Para evitar uma possível revanche e conter a mesma corrida armamentista que
possibilitou a Primeira Guerra, esse mesmo tratado forçou o desarmamento
alemão. O exército alemão não mais poderia ser formado através de alistamento
obrigatório e suas tropas não poderiam ultrapassar o limite de 100 mil soldados.
A força militar alemã não teria nenhum tipo de artilharia pesada e uma comissão
seria responsável por impedir a criação de indústrias bélicas na Alemanha.
Não bastando todas essas restrições, os vencedores impuseram uma indenização
astronômica aos cofres alemães. A Alemanha deveria pagar cerca de 270 milhões
de marcos-ouro aos países aliados. Além disso, outras multas foram estipuladas
para o pagamento de pensões às viúvas, mutilados e órfãos. A maior parte destas
indenizações estipuladas foi concedida aos franceses.
Ao contrário de assegurar a paz, o Tratado de Versalhes foi visto como a grande
motivação para uma Segunda Guerra Mundial. Seu caráter visivelmente punitivo
alimentou o sentimento revanchista que abriu espaço para a ascensão dos
estados nazi-fascistas na Europa. Alemanha e Itália foram tomadas por tais
governos que, entre outros pontos, defendiam que a soberania nacional de seus
países teria sido desonrada pelas medidas humilhantes do tratado.
Por
Rainer Sousa
Graduado em
História
Equipe Brasil Escola
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